Executivos apostam em influência nas redes sociais para alavancar os negócios

No papel de influenciadores, executivos e empreendedores mostram a rotina dentro e fora das empresas, cativam o público e geram ainda mais valor para suas marcas

Depois de faturar R$ 3 bilhões em 2023, o que Cimed ambiciona? “Faturar R$ 4 bilhões neste ano e R$ 5 bilhões em 2025”, responde o CEO da farmacêutica, João Adibe Marques, sem pestanejar. Parte considerável do sucesso da empresa, a quarta maior do setor no Brasil, está associado a algo que ele faz, diariamente, com o próprio smartphone: alimentar sua conta pessoal no Instagram, onde é seguido por 3,6 milhões de pessoas — no TikTok já são mais de 480 mil seguidores.

Nas redes sociais, ele não se nega a exibir parte de sua rotina luxuosa, mas o que faz com mais frequência é promover a farmacêutica, fundada pelo pai dele, João de Castro Marques (1948-2022), em 1977. “Não me limito a mostrar o que tenho”, diz ele. “Mostro o que faço para ter o que tenho, o que é muito diferente”. Diz que não se restringe a postar só sobre a rotina profissional e a Cimed por questões estratégicas. “Se fizesse só isso, eu ia ter bem menos seguidores”, acredita.

É a mesma estratégia adotada pela vice-presidente da Cimed, Karla Marques Felmanas. Irmã dele, ela tem 1,3 milhão de seguidores no Instagram e mais de 840 mil no TikTok. Outro que segue a mesma cartilha é Adibe Marques, um dos cinco filhos do CEO. Apontado como sucessor do pai, o rapaz de 26 anos é responsável por mais de 1.500 vendedores da farmacêutica. No Instagram, ele tem 395 mil seguidores; na rede social chinesa, 53 mil.

“Transmitimos muito mais verdade ao divulgar a Cimed”, acredita João. “Poderíamos contratar influenciadores para isso. Mas nada impede que eles, daqui certo tempo, estejam a serviço dos nossos concorrentes”.

De tanto propagar a companhia, revela, muita gente passou a chamá-lo de João Cimed. “Levo numa boa, porque é exatamente o que eu sou”, afirma ele, que hoje se divide entre a empresa e a Seleção Brasileira, de cuja delegação virou chefe neste ano — a farmacêutica é patrocinadora oficial do time.

Se já era famoso na internet, ele ficou ainda mais conhecido no ano passado, quando estreou em uma novela. Foi em “Fuzuê”, da TV Globo, durante uma ação de marketing da Cimed. O CEO interpretou ele mesmo, que gosta de se apresentar como um vendedor, ao lado dos personagens interpretados por Edson Celulari e Noemia Oliveira. O objetivo da iniciativa era promover a marca de vitaminas Lavitan.

Hoje com 52 anos, ele tinha 15 quando debutou na empresa, então um pequeno laboratório com cerca de quinze funcionários. Começou na área de expedição, separando pedidos, e ajudou a transformá-la em um negócio bilionário. Como ela seria se o CEO, o filho e a irmã se mantivessem afastados dos holofotes? Impossível dizer, mas certamente bem menos conhecida e, talvez, bem menos valiosa.

CLIQUE PARA LER A REPORTAGEM ORIGINAL COMPLETA

FONTE: https://exame.com/

cs-designer-site-noticias-0002